domingo, janeiro 21, 2007

Cadê a minha paz?

Que ironia! Outro dia mesmo estava escrevendo alguns testemunhos pessoais, sobre a alegria e a paz que encontrei em Cristo Jesus, e cá estou eu novamente procurando essa paz, envolta em uma nuvem de problemas... O que aconteceu? – você deve estar se perguntando. Pois é, foi essa mesma pergunta que fiz agora há pouco a Deus. Sabe qual foi a resposta?

"Vinde a mim todos os que estais cansados e sobrecarregados, e eu vos aliviarei. Tomai sobre vós o meu jugo, e aprendei de mim, porque sou manso e humilde de coração; e achareis descanso para as vossas almas" (Mateus 11:28, 29; grifo meu). Essas foram as palavras que me surpreenderam hoje ao ler o livro O Desejado de Todas as Nações.

Ainda sem entender onde Deus estava querendo chegar, continuei lendo: "O jugo que liga ao serviço é a lei de Deus [...] a grande lei do amor. [...] Os que aceitam como único princípio tornar o serviço e a honra de Deus o supremo objetivo, hão de ver desvanecidas as perplexidades, e uma estrada plana diante de seus pés. [...] Quando o nosso querer for absorvido pela vontade de Deus, e nos servirmos de Seus dons para beneficiar os outros, leve nos parecerá o fardo da vida" (p. 329, 330; grifo meu).

Aqui estava a resposta que eu havia pedido a Deus: SERVIÇO! "A menos que o façam, não podem encontrar paz" (p. 330).

No fundo, no fundo, eu já imaginava que era essa a raiz da minha inquietação. Afinal, enquanto eu estava trabalhando ativamente pelos outros há alguns meses, dando aconselhamento, estudos bíblicos e prestando outros tipos de ajuda humanitária, praticamente não havia espaço para desânimo. Muito pelo contrário, a alegria de testemunhar de Cristo, de ajudar os outros e de ver na vida de cada um a transformação operada pelo poder de Deus, compensava qualquer esforço e sacrifício. Assim, depois que comecei a me envolver demais com meu trabalho, com meus próprios sonhos e planos e com meus próprios problemas, e não tive mais tempo nem disposição para cumprir minha principal missão como cristã, o resultado logicamente não poderia ser diferente.

É fácil vivermos dando desculpas para não fazer o famoso "trabalho missionário". Normalmente, somos tão egocêntricos, tão comodistas que achamos que apenas trabalhar, estudar e ir à igreja uma vez por semana já está bom demais. Triste ilusão! "... você clamará ao Senhor, e ele responderá, você gritará por socorro, e ele dirá: Aqui estou. 'Se você eliminar do seu meio o jugo opressor, o dedo acusador e a falsidade do falar; se com renúncia própria você beneficiar os famintos e satisfizer o anseio dos aflitos, então a sua luz despontará nas trevas, e a sua noite será como o meio-dia" (Isaías 58:9, 10; grifo meu). Essa é uma promessa condicional. Deus nos ajudará se também estivermos dispostos a ajudar os outros.

Olhe ao seu redor: veja quantas pessoas deprimidas, solitárias, vazias, desnorteadas. E não precisa ir longe demais. No seu próprio ambiente de trabalho ou estudo, com certeza existem pessoas assim. Por que não orar por elas? Por que não orar com elas? Por que não ouvi-las? Por que não lhes oferecer palavras de incentivo, carinho e conforto? Por que não compartilhar com elas o que tem aprendido com Deus e com sua própria experiência?

Por que será que nos afastamos assim das pessoas? Provalmente porque é o mais fácil. É difícil abrir nosso ouvido, nosso bolso, nossas mãos, nossos braços para ajudar quando isso significa abrir mão de nossa comodidade, nossos planos, nosso tempo. Difícil, mas necessário! Sem isso, não temos paz. Sem isso, não somos cristãos.

Bem, essa é a mudança que Deus me pediu hoje para fazer na minha vida. Será que Ele não está lhe pedindo o mesmo?

Marily Sales dos Reis

quarta-feira, janeiro 03, 2007

Cuidado com as palavras!

Outro dia, após ouvir o desabafo de uma pessoa, cheio de palavras negativas e rancor, fiz alguns comentários demonstrando minha preocupação com tal atitude. A resposta que obtive foi: “Não leva ao pé da letra tudo o que eu digo. Só estou desabafando...”. Pouco depois, aquela conversa acabou. Mas meus pensamentos continuaram: “Até que ponto as ‘besteiras’ que dizemos são 'só da boca pra fora'? Podemos dizer tudo o que pensamos? É justificável sair xingando todo mundo, viver reclamando da vida como forma de desabafo?”

Algumas semanas depois, enquanto estudava Mateus 12:22-37 paralelamente com o livro O Desejado de Todas as Nações, veio a resposta:

“As palavras são um indício do que se acha no coração. ‘A boca fala do que está cheio o coração.’ Mas as palavras são mais que um indício do caráter; têm poder de reagir sobre o caráter. Os homens são influenciados por suas próprias palavras." (Ellen White, O Desejado de Todas as Nações, p. 323).

E não só isso:

"Se externardes vossos sentimentos, toda dúvida que manifestardes não somente terá sua reação sobre vós mesmos, mas será uma semente que germinará e dará fruto na vida dos outros; e talvez se torne impossível destruir a influência de vossas palavras." (Ellen White, Caminho a Cristo, p. 119).

Ou seja, as palavras influenciam tanto o que fala como o que ouve - quer seja para o bem ou para o mal! Foi por isso que Jesus fez questão de enfatizar: "... no dia do juízo, os homens haverão de dar conta de toda palavra inútil que tiverem falado. Pois por suas palavras vocês serão absolvidos, e por suas palavras serão condenados." (Mateus 12:36, 37).

Forte, não? Creio que, se tivermos isso sempre em mente, dificilmente sairemos por aí explodindo, lamentando-nos, criticando ou cultivando qualquer tipo de sentimentos, pensamentos ou palavras negativas. Pelo contrário, procuraremos seguir o conselho bíblico: "Nenhuma palavra torpe saia da boca de vocês, mas apenas a que for útil para edificar os outros, conforme a necessidade, para que conceda graça aos que a ouvem." (Efésios 4:29).

Marily Sales dos Reis