quinta-feira, dezembro 27, 2007

Sonhos

"Sonhos são a matéria-prima de qualquer realização". Não sei quem disse essa frase, mas são palavras sábias. Sonhar é fundamental para qualquer conquista. É aí que começa a história de uma pessoa bem-sucedida.

Contudo, pessoas frustradas também sonham. Se não sonhassem não se frustrariam. A diferença está na forma como cada um busca a realização dos seus sonhos. Uns apenas sonham. Outros sonham de mangas arregaçadas. E alguns sonham de mangas arregaçadas e olhando para o alto.

Para estes últimos, Deus é quem efetua “tanto o querer como o realizar” (Filipenses 2:13). Apesar de insistirem, resistirem e persistirem, dependem não de seu próprio potencial, mas dAquele “que é capaz de fazer infinitamente mais do que tudo o que pedimos ou pensamos” (Efésios 3:20). Estes, sim, não conhecem frustração, derrota ou barreiras intransponíveis, “porque para Deus não haverá impossíveis” (Lucas 1:37).

Por isso, meu desejo é que 2008 seja para você um ano de muitos sonhos, mas principalmente de muita dependência de Deus, para que sua realização seja garantida.

Sucesso!

(Marily Sales dos Reis)

segunda-feira, dezembro 10, 2007

Base científica para a guarda do sábado

A ciência está ampliando o conhecimento sobre biorritmos. Sabe-se que para várias funções orgânicas existe o que cientistas chamam de “ritmo do sétimo dia”. Algo ocorre em nosso corpo em certas circunstâncias no sétimo dia do evento, seja uma cirurgia, transplante ou liberação de hormônios. Precisamos desse tipo de biorritmo.

Dr. Halberg do Laboratório de Cronobiologia da Universidade de Minesota, nos Estados Unidos, é um líder na pesquisa de biorritmo naquele país. Em colaboração com outros cientistas de várias nações, ele documentou o ritmo do sétimo dia no ser humano. (Halberg F., and E. Halberg. Conceptualization and Validation of a Circaseptenary Clinospectral System. Abstracts, Second International Conference on Immunopharmacology, Sheraton Park, Washington, D.C., July 5-10, 1982, 340-341.)

Monitoraram os batimentos cardíacos de um homem durantes vários meses enquanto ele permanecia em um ambiente totalmente isolado com todas as condições controladas e nada do mundo exterior poderia interferir com seus ritmos internos corporais. Quando os dados foram analisados, seu coração mostrou claramente um ritmo do sétimo dia. (McCluskey, E.S. Light-Dark Cycle Entrainment of Circadian Rhythms in Man. The Biologist 65:17-23, 1983.)

Usando-se poderosos métodos de computadores, um grupo de cientistas analisou cuidadosamente modelos de produção de hormônios esteróides coletados da urina de um homem saudável durante um período de 15 anos. Os resultados das análises hormonais mostraram que a excreção desses hormônios também ocorria num ritmo do sétimo dia. (Halberg, F., M. Engeli, C. Hamburger, et al. Spectral Resolution of Low-Frequency, Small-Amplitude Rhythms in Excreted 17-Ketosteroids; Probably Androgen-induced Circaseptan Desynchronization. Acta Endocrinológica. Suppl. 103:5-53, 1965.)

Outro grupo de pesquisadores estudou mais de 70 homens jovens que tiveram um ou mais dentes molares extraídos. Cada dia após a cirurgia, suas faces e maxilares foram medidos cuidadosamente. É de se supor que o edema (inchação) na face diminuiria nos próximos dias após a cirurgia para a extração dos dentes. Mas isso não ocorreu. Verificou-se a presença de um ritmo do sétimo dia quanto à inchação local. (Pollman, L. and G. Hildebrandt. Long-Term Control of Swelling After Maxillo-Facial Surgery: A Study of Circaseptan Reactive Periodicity. Inter. J. Chronobiology, 8:105-114, 1982.)

Observou-se também que em várias cirurgias de transplante de rim ocorre esse ritmo de sete dias, já que se verificou que a rejeição ocorria após sete dias da operação. (De Vecchi, A., F.Halberg, R.B. Sothern, et al. Circaseptan Rhythmic Aspects of Rejection in Treated Patients with Kidney Transplants. Inter. J. Chronobiology, 5:432, 1978.)

Esse tipo de biorritmo é chamado de “circaseptano”, também encontrado em macacos, cachorros, ratos e outros organismos. Isso parece revelar que o ritmo do sétimo dia é um mecanismo normal existente na fisiologia de organismos vivos.

Alguns cronobiologistas crêem que esse tipo de biorritmo – o do sétimo dia – pode revelar que os organismos precisam de uma certa pausa como um estímulo para continuarem vivendo.

Durante a Revolução Francesa (1789-1799), cientistas seculares tentaram revolucionar a semana de sete dias, instituindo uma semana de dez dias. Foi um caos. O matemático e senador La Place teve um papel importante em restaurar o modelo anterior dos sete dias na semana. Simplesmente não funcionou!

Na Bíblia, em Gênesis 2:1-3, está escrito:

“Assim os céus, a terra e todo o seu exército foram acabados. E havendo Deus acabado no dia sétimo a obra que fizera, descansou no sétimo dia de toda a sua obra, que tinha feito. E abençoou Deus o dia sétimo, e o santificou; porque nele descansou de toda a sua obra que Deus criara e fizera.”

E o líder Moisés, pioneiro em medicina preventiva e melhoras sociais, escreveu:

“Lembra-te do dia do sábado, para o santificar. Seis dias trabalharás, e farás toda a tua obra. Mas o sétimo dia é o sábado do Senhor teu Deus; não farás nenhuma obra, nem tu, nem teu filho, nem tua filha, nem o teu servo, nem a tua serva, nem o teu animal, nem o teu estrangeiro, que está dentro das tuas portas. Porque em seis dias fez o Senhor os céus e a terra, o mar e tudo que neles há, e ao sétimo dia descansou; portanto abençoou o Senhor o dia do sábado, e o santificou.” (Êxodo 20:8-11)

Aliás, esse é o quarto mandamento da Lei de Deus - o único que descreve quem é o Deus dos outros nove mandamentos.

Que paralelo fantástico entre as Escrituras Sagradas e a moderna ciência! Sabemos hoje que um dos componentes para redução do estresse é um descanso semanal, a ênfase na importância da dimensão espiritual do ser humano e as práticas naturais de saúde. Jesus foi totalmente científico quando disse: “O sábado foi feito por causa do homem, e não o homem por causa do sábado.” (Marcos 2:27) Ele falava desse biorritmo há 2000 anos atrás e do amor de Deus em preparar um dia de descanso, de reflexão, de serviço espiritual especial e de culto ao Criador dos Céus e da Terra.

(Bernell Baldwin, Ph.D., professor de neurofisiologia e fisiologia aplicada no Wildwood Lifestyle Center and Hospital, pesquisador e articulista do The Journal of Health and Healing.)

terça-feira, setembro 11, 2007

Escolha ser feliz

Se tem uma coisa que eu admiro no meu marido é o seu otimismo. É incrível como ele sempre consegue enxergar algo bom nas situações mais desalentadoras. Agradeço a Deus por ter colocado essa pessoa tão especial ao meu lado para me ensinar essa virtude.

No mundo injusto em que vivemos, muitas vezes não é fácil ser assim otimista, manter a fé e a esperança, perdoar, superar, ter domínio próprio, encontrar motivos para sorrir e reverter situações que às vezes são aparentemente irreversíveis. Fácil é colocar-se na defensiva, achar um bode expiatório, dar uma de vítima, entregar-se à lamentação e à revolta e deixar a vida nos levar.

Mas não é essa vida medíocre que Deus deseja para nós. Ao contrário do que disse outro dia uma professora agnóstica mal-informada, a vida do cristão é uma vida de superação. Mesmo que as coisas não sejam como gostaria, o lema do cristão é: “Esquecendo-me das coisas que para trás ficam e avançando para as que diante de mim estão, prossigo para o alvo, para o prêmio da soberana vocação de Deus em Cristo Jesus” (Filipenses 3:13, 14).

Por isso, se você está se sentindo injustiçado, frustrado, desanimado ou incapaz, não se entregue. Faça como o autor do texto a seguir: quaisquer que sejam as circunstâncias da sua vida, escolha ser feliz!

“Talvez eu venha a envelhecer rápido demais, mas lutarei para que cada dia tenha valido a pena.

“Talvez eu sofra inúmeras desilusões no decorrer da minha vida, mas farei que elas percam a importância diante dos gestos de amor que encontrei.

“Talvez eu não tenha forças para realizar todos os meus ideais, mas jamais irei me considerar um derrotado.

“Talvez em algum instante eu sofra uma terrível queda, mas não ficarei por muito tempo olhando para o chão.

“Talvez um dia o sol deixe de brilhar, mas então irei me banhar na chuva.

“Talvez um dia eu sofra alguma injustiça, mas jamais irei assumir o papel de vítima.

“Talvez eu seja enganado inúmeras vezes, mas não deixarei de acreditar que em algum lugar alguém merece a minha confiança.

“Talvez com o tempo eu perceba que cometi grandes erros, mas não desistirei de continuar trilhando meu caminho.

“Talvez algumas pessoas queiram o meu mal, mas irei continuar plantando a semente da fraternidade por onde passar.

“Talvez eu nunca consiga enxergar um arco-íris, mas aprenderei a desenhar um, nem que seja dentro do meu coração.

“Talvez hoje eu me sinta fraco, mas amanhã irei recomeçar, nem que seja de uma maneira diferente.

“Talvez eu não tenha motivos para grandes comemorações, mas não deixarei de me alegrar com as pequenas conquistas." (Aristóteles Onassis)

(Marily Sales dos Reis)

segunda-feira, setembro 10, 2007

O amor verdadeiro

Enquanto apresentava um estudo bíblico para um grupo de pessoas, um jovem fez uma declaração que me deixou pensativo: “Os adventistas são doutores em teologia, mas acho que ainda falta-lhes entender o real sentido do amor.”

Ao dirigir-me para casa, lembrei-me das palavras de outros irmãos (alguns hoje, infelizmente, são ex) que igualmente alegavam haver falta de amor na Igreja. Imediatamente fui à Bíblia e li o “salmo do amor” – 1 Coríntios 13 – em busca de uma resposta à pergunta: O que é esse amor que, dizem, falta-nos?

[Continuação]

(Michelson Borges, jornalista, mestrando em Teologia pelo Unasp e mantenedor do blog www.michelsonborges.com)

sexta-feira, julho 20, 2007

Slow down – diminua o ritmo

Já vai para dezesseis anos que estou aqui na Volvo, uma empresa sueca. Trabalhar com eles é uma convivência, no mínimo, interessante. Qualquer projeto aqui demora 2 anos para se concretizar, mesmo que a idéia seja brilhante e simples. É regra.

Então, nos processos globais, nós (brasileiros, americanos, australianos, asiáticos) ficamos aflitos por resultados imediatos, uma ansiedade generalizada. Porém, nosso senso de urgência não surte qualquer efeito nesse prazo.

Os suecos discutem, discutem, fazem "n" reuniões, ponderações e trabalham num esquema bem mais slow down. O pior é constatar que, no final, acaba sempre dando certo no tempo deles, com a maturidade da tecnologia e da necessidade: bem pouco se perde aqui.

E vejo assim:

1. O país é do tamanho de São Paulo;
2. O país tem 2 milhões de habitantes;
3. Sua maior cidade, Estocolmo, tem 500.000 habitantes (compare com Curitiba, que tem 2 milhões);
4. Empresas de capital sueco: Volvo, Scania, Ericsson, Electrolux, ABB, Nokia, Nobel, Biocare (nada mal, hein?);
5. Para se ter uma idéia, a Volvo fabrica os motores propulsores para os foguetes da NASA.

Digo para os demais nesses nossos grupos globais: os suecos podem estar errados, mas são eles que pagam muitos dos nossos salários. Entretanto, vale salientar que não conheço um povo, como povo mesmo, que tenha mais cultura coletiva do que eles.

Vou contar para vocês uma breve história só para dar uma noção.

Na primeira vez que fui para lá, em 1990, um dos colegas suecos me pegava no hotel toda manhã. Era setembro, frio, nevasca. Chegávamos cedo na Volvo, e ele estacionava o carro bem longe da porta de entrada (são 2.000 funcionários de carro). No primeiro dia não disse nada, no segundo, no terceiro... Depois, com um pouco mais de intimidade, numa manhã, perguntei:

"Você tem lugar demarcado para estacionar aqui? Notei que chegamos cedo, quando o estacionamento ainda está vazio, e você deixa o carro lá no final."

Sua resposta foi simples assim:

"É que chegamos cedo. Então, temos tempo de caminhar – quem chegar mais tarde, já vai estar atrasado, melhor que fique mais perto da porta. Você não acha?"

Olha a minha cara! Ainda bem que levei essa logo na primeira. Deu para rever bastante os meus conceitos dali para frente.

Há um grande movimento na Europa hoje chamado slow food. A Slow Food International Association, cujo símbolo é um caracol, tem sua base na Itália. O que o movimento Slow Food prega é que as pessoas devem comer e beber devagar, saboreando os alimentos, "curtindo" seu preparo, no convívio com a família, com amigos, sem pressa e com qualidade. A idéia é contrapor-se ao espírito do fast food e o que ele representa como estilo de vida, que o americano endeusou.

A surpresa, porém, é que esse movimento do slow food está servindo de base para um movimento mais amplo, chamado slow Europe, como salientou a revista Business Week numa edição européia. A base de tudo está no questionamento da "pressa" e da "loucura" geradas pela globalização, pelo apelo à "quantidade do ter", em contraposição à qualidade de vida ou à "qualidade do ser".

Segundo a Business Week, os trabalhadores franceses, embora trabalhem menos horas (35 horas por semana), são mais produtivos que seus colegas americanos ou ingleses. E os alemães, que em muitas empresas instituíram uma semana de 28,8 horas de trabalho, viram sua produtividade crescer nada menos que 20%. Essa chamada slow atitude está chamando a atenção até dos americanos, apologistas do fast (rápido) e do do it now (faça já).

Portanto, essa "atitude sem pressa" não significa fazer menos, nem ter menor produtividade. Significa, sim, fazer as coisas e trabalhar com mais "qualidade" e "produtividade", com maior perfeição, atenção aos detalhes e com menos stress. Significa retomar os valores da família, dos amigos, do tempo livre, do lazer, das pequenas comunidades, do “local” - presente e concreto - em contraposição ao "global" - indefinido e anônimo. Significa a retomada dos valores essenciais do ser humano, dos pequenos prazeres do cotidiano, da simplicidade de viver e conviver e até da religião e da fé. Significa um ambiente de trabalho menos coercitivo, mais alegre, mais "leve" e, portanto, mais produtivo, onde seres humanos felizes fazem com prazer o que sabem fazer de melhor.

Gostaria que você pensasse um pouco sobre isso. Será que os velhos ditados "devagar se vai ao longe" ou, ainda, "a pressa é inimiga da perfeição" não merecem novamente nossa atenção nestes tempos de desenfreada loucura? Será que nossas empresas não deveriam também pensar em programas sérios de "qualidade sem pressa" até para aumentar a produtividade e qualidade de nossos produtos e serviços sem a necessária perda da "qualidade do ser"?

Algumas pessoas vivem correndo atrás do tempo, mas parece que só alcançam quando morrem enfartados ou algo assim. Para outros, o tempo demora a passar; ficam ansiosos com o futuro e se esquecem de viver o presente, que é o único tempo que existe. Tempo todo mundo tem, por igual! Ninguém tem mais nem menos que 24 horas por dia. A diferença é o que cada um faz do seu tempo.

E quer saber do melhor? Parabéns por você ter lido até o final! Muitos não lerão esta mensagem até o final, porque não podem "perder" o seu tempo neste mundo globalizado.

Pense e reflita. Até que ponto vale a pena deixar de curtir sua família, de ficar com a pessoa amada, ir pescar no fim de semana ou outras coisas? Poderá ser tarde demais... saber aprender para sobreviver...

Autor desconhecido (brasileiro que vive na Europa).

Nota: Já dizia Jesus: “Não andeis ansiosos pela vossa vida, quanto ao que haveis de comer ou beber; nem pelo vosso corpo, quanto ao que haveis de vestir. Não é a vida mais do que o alimento, e o corpo, mais do que as vestes? [...] Buscai, pois, em primeiro lugar, o seu reino e a sua justiça, e todas estas coisas vos serão acrescentadas. Portanto, não vos inquieteis com o dia de amanhã, pois o amanhã trará os seus cuidados; basta ao dia o seu próprio mal.” (Mateus 6:25, 33, 34)

quarta-feira, julho 04, 2007

Cristianismo incoerente

Um dos episódios da vida de Cristo que mais tocam meu coração é aquele em que uma mulher adúltera é humilhada perante Ele (João 8:1-11). Como sempre, sem o mínimo de compaixão e com ar de superioridade, os escribas e fariseus estão prontos a apedrejá-la. Mas antes, é claro, não poderiam perder mais essa oportunidade de colocar Jesus contra a parede.

"Mestre, esta mulher foi surpreendida em ato de adultério. Na Lei, Moisés nos ordena apedrejar tais mulheres. E o senhor o que diz?" Com grande sabedoria e autocontrole, Jesus apenas se inclina e começa a escrever na areia. O quê? Nada mais nada menos do que os criminosos segredos de cada acusador. "Se algum de vocês estiver sem pecado, seja o primeiro a atirar pedra nela", desafia. Temendo que seus pecados ocultos fossem expostos perante a multidão, um a um, cabisbaixos e humilhados, retiram-se em silêncio. Então, voltando-se para a mulher, Jesus diz: "Eu também não a condeno. Agora vá e abandone sua vida de pecado."

Como você se sentiria se estivesse no lugar dessa mulher? Com certeza, extremamente grato e motivado a melhorar de vida, não é? Pois foi exatamente assim que ela se sentiu. "Isto foi para ela o início de uma nova vida, vida de pureza e paz, devotada ao serviço de Deus." (O Desejado de Todas as Nações, p. 462). E por que não agimos assim com os que se encontram em situação semelhante? Por que insistimos em enfatizar os erros do marido, da esposa, dos filhos ou dos pais, como se fôssemos perfeitos? Por que somos tão duros ao lidar com alguém que cometeu um deslize? Por que temos o hobby de julgar, comentar, divulgar ou mesmo ridicularizar os pontos fracos dos outros?

"Os que são mais prontos a acusar a outros e zelosos em os levar à justiça são freqüentemente em sua própria vida mais culpados que eles. (...) O amor cristão é tardio em censurar, pronto a perceber o arrependimento, pronto a perdoar, a animar, a pôr o transviado na vereda da santidade e a nela firmar-lhe os pés." (Ibidem, p. 462).

Envergonho-me ao lembrar quantas vezes agi como fariseu, contribuindo para o descrédito no cristianismo. Afinal, quem vai querer ser membro de uma religião cujos membros são fofoqueiros, críticos, orgulhosos e insensíveis? O problema, no entanto, não está no cristianismo, mas em nós, cristãos, que muitas vezes somos tão incoerentes, a ponto de pregarmos um amor que sequer conhecemos na prática.

Lembra-se do "novo" mandamento? "Um novo mandamento lhes dou: Amem-se uns aos outros. Como eu os amei, vocês devem amar-se uns aos outros." (João 13:34). Na verdade, ele nada tem de "novo". Quando Jesus fez essa declaração, ele o fez simplesmente porque os "cristãos" da época haviam reduzido a religião a um mero conjunto de regras. A Lei de Deus, na prática, havia perdido sua essência (o amor) dando lugar a uma religião formal e vazia – daí a necessidade de um "novo" mandamento.

Esse é o ideal de Deus para nós: que nos amemos uns aos outros como Ele nos amou. Somente esse tipo de amor nos habilitará a sermos cristãos coerentes, atuando como sal na terra e luz no mundo.

Marily Sales dos Reis

quinta-feira, junho 21, 2007

Permaneça

[Comentário da Lição da Escola Sabatina de Jovens de 22/06/07, publicado no site Escola no Ar]

A esta altura, provavelmente você esteja convencido de que é fundamental estudar a Bíblia para crescer espiritualmente. Mas, me diga, Satanás também não conhece a Bíblia de cór e salteado? E por que não funcionou no caso dele? A resposta está em João 8:44: porque ele "não se apegou à verdade". Em outras palavras, porque ele não permaneceu no caminho certo. Não basta ter aceitado a Jesus no batismo, ter tido uma experiência espiritual incrível na semana passada ou ter estudado a Bíblia ontem. A “experiência de ontem não me salvará das provações de hoje” (Jim Hohnberger, Fuga Para Deus, p. 60). Esse é o segredo do crescimento espiritual: permanecer em Cristo. Veja como a Bíblia enfatiza isso:

"Se vocês permanecerem firmes na minha palavra, verdadeiramente serão meus discípulos. E conhecerão a verdade, e a verdade os libertará" (Jo 8:31).

"Se alguém permanecer em mim e eu nele, esse dará muito fruto; pois sem mim vocês não podem fazer coisa alguma. Se alguém não permanecer em mim, será como o ramo que é jogado fora e seca. [...] Se vocês permanecerem em mim [...] pedirão o que quiserem, e lhes será concedido. [...] Se vocês obedecerem aos meus mandamentos, permanecerão no meu amor" (Jo 15:5-7, 10).

"Permaneça nas coisas que aprendeu e das quais tem convicção, pois você sabe de quem o aprendeu" (2 Tm. 3:14).

"Aquele que afirma que permanece nele, deve andar como ele andou. [...] permaneçam nele para que, quando ele se manifestar, tenhamos confiança e não sejamos envergonhados diante dele na sua vinda" (1 Jo 2:6, 28).

"Todo aquele que não permanece no ensino de Cristo, mas vai além dele, não tem Deus" (2 Jo 1:9).

Esses textos nos dizem exatamente como permanecer em Cristo e o que acontecerá se fizermos isso. Não é demais?! Deus nos deixou um mapa com todas as orientações para encontrarmos o caminho de volta para casa. Não precisamos chorar, não estamos perdidos. Estamos no caminho certo. Aliás, estamos quase lá. Mas cuidado! Não tire seus olhos do mapa, não se distraia pelo caminho. Seu Pai está esperando ansioso a sua chegada. Boa viagem!

Pense: "Conservemos os olhos em Jesus e Ele nos preservará. Olhando para Jesus estamos seguros. Coisa alguma nos poderá arrancar de Sua mão. Contemplando-O constantemente seremos 'transformados de glória em glória na mesma imagem, como pelo Espírito do Senhor'" (Caminho a Cristo, p. 72).

Dica: Releia os comentários desta semana e faça um plano de ação para crescer em Cristo, assim como se faz numa empresa ou na vida pessoal para se alcançarem metas. Quando sabemos exatamente para onde estamos indo e quais os passos necessários, fica muito mais fácil chegar lá.

Marily Sales dos Reis

Vida cheia do poder do Espírito

[Comentário da Lição da Escola Sabatina Jovem de 21/06/07, publicado no site Escola no Ar]

Você já viu uma igreja cheia do Espírito Santo? Não estou falando de igrejas onde pessoas falam línguas estranhas ao mesmo tempo, gritam e rolam no chão. Falo de igrejas onde existem ordem, união e amor. Apesar de haver ali indivíduos diferentes, com personalidades, habilidades e idéias diferentes, não há divisão entre eles - todos se respeitam e se preocupam uns com os outros. "Quando um membro sofre, todos os outros sofrem com ele; quando um membro é honrado, todos os outros se alegram com ele" (I Cr. 12:26).

Era assim a igreja primitiva: "Todos os que criam estavam juntos e unidos e repartiam uns com os outros o que tinham. Vendiam as suas propriedades e outras coisas e dividiam o dinheiro com todos, de acordo com a necessidade de cada um" (At. 2:44, 45).

Agora veja o oposto dessa igreja em Ezequiel 37. Um vale de ossos - é assim que Deus considera a igreja que não tem o Espírito. Ela pode até ter ótimas programações e membros ativos, mas, se seus membros não tiverem os frutos do Espírito (veja Gl. 5:22), será uma igreja morta. E, quando eu digo igreja, falo de mim e de você. Se eu e você estivermos cheios do Espírito de Deus, poderemos ser veículos de milagres. Lembra-se de Pedro no Pentecostes? Em um único dia, ele, sozinho, levou 3 mil pessoas ao batismo – tudo porque havia se entregado individualmente a Deus.

"Se todos estivessem dispostos, todos seriam cheios do Espírito. Onde quer que a necessidade do Espírito Santo seja um assunto de que pouco se pense, ali se verá sequidão espiritual, escuridão espiritual e espirituais declínio e morte" (Atos dos Apóstolos, p. 50).

E como receber o Espírito Santo?

"Não é prova conclusiva de que um homem é cristão o manifestar ele êxtases espirituais sob circunstâncias extraordinárias. Santidade não é arrebatamento: é inteira entrega da vontade a Deus; é viver por toda a palavra que sai da boca de Deus; é fazer a vontade de nosso Pai celestial; é confiar em Deus na provação, tanto nas trevas como na luz; é andar pela fé e não pela vista; é apoiar-se em Deus com indiscutível confiança, descansando em Seu amor" (Ibidem, p. 50).

Pense: "Se somos de Cristo, nossos pensamentos estarão com Ele, e nEle se concentrarão nossos mais doces pensamentos. Tudo que temos e somos será consagrado a Ele. Teremos o desejo de refletir Sua imagem, possuir Seu Espírito, cumprir Sua vontade e agradar-Lhe em tudo" (Caminho a Cristo, p. 58).

Dica: O livro que estou lendo atualmente, Vida Plena de Poder, tem me ajudado a ter uma vida e um lar cheios do Espírito de Deus. Tenho certeza de que o ajudará também. (Veja aqui um trecho do livro.)

Marily Sales dos Reis

Negar o eu?

[Comentário da Lição da Escola Sabatina de Jovens de 20/06/07, publicado no site Escola no Ar]

O que é submeter o eu ou negar o eu? Provavelmente você já ouviu muito essas expressões e sabe da importância disso para a vida espiritual. Mas o que significa na prática? Essa foi a pergunta que uma pessoa angustiada me fez certa vez. Sendo uma pessoa muito sincera e autêntica, ela não conseguia se imaginar anulando-se para poder cumprir essa orientação bíblica. Será que negar o eu significa isso – anular-se?

Vamos raciocinar juntos. Você pode ser feliz numa amizade, num namoro ou mesmo num casamento em que você se anula, em que sua opinião, sua identidade, seus sentimentos não são valorizados? Claro que não. Então como um Deus de amor poderia lhe pedir isso? Não, não é assim que Deus age. Quando Jesus disse "se alguém quiser acompanhar-me, negue-se a si mesmo, tome diariamente a sua cruz e siga-me" (Lc. 9:23), ele estava querendo dizer que precisamos estar dispostos a abrir mão dos nossos pecados, daquilo que nos afasta dEle, e não da nossa individualidade. Ele sabe que essa é a única forma de sermos felizes.

Infelizmente, "muitos se perderão enquanto esperam e desejam ser cristãos. Não chegam ao ponto de entregar a vontade a Deus" (Caminho a Cristo, p. 48). São pessoas que preferem se deixar levar pelos próprios sentimentos. É mais gostoso comer o que o paladar pede, ver o que os olhos desejam, fazer o que o corpo quer. Mas "o coração é mais enganoso que qualquer outra coisa" (Jr. 17:9). Por isso, não podemos confiar em nossos sentimentos. Precisamos aprender a depender de Deus.

Talvez isso tudo pareça muito difícil no começo, mas não desista! Se a sua motivação for o amor a Deus e a confiança nEle, pode ter certeza de que, em breve, você estará naturalmente rejeitando coisas sem as quais você nem conseguia se imaginar vivendo. "Quando aprendemos a sempre escolher Cristo como o primeiro, o último e o melhor em tudo, logo nossas escolhas viram hábitos – e são os hábitos que formam nosso caráter" (Jim Hohnberger, Fuga para Deus, p. 69).

Pense: "Nosso Pai celeste não impede a qualquer de Suas criaturas que siga o caminho dos prazeres. Deus deseja tão-somente nos orientar a não ir em busca dos prazeres que poderiam trazer sofrimentos e desilusões para nós e nos fechariam as portas da felicidade e do Céu" (Caminho a Cristo, p. 46).

Dica: Os dois livros que mais me ajudaram a entender o que significa "negar o eu" foram Fuga para Deus e Caminho a Cristo. São livros bem práticos e objetivos, que apresentam um cristianismo vibrante e genuíno que poucos conhecem na prática. O Fuga para Deus é fascinante também porque relata experiências reais do próprio autor (clique aqui para ler uma de suas experiências). Vale a pena ler e reler!

Marily Sales dos Reis

O segredo é o amor

[Comentário da Lição da Escola Sabatina de Jovens de 19/6/2007, publicado no site Escola no Ar]

No comentário de sábado, eu disse que a coisa mais importante que aconteceu comigo desde que comecei a ter uma comunhão íntima com Deus foi o desenvolvimento de um amor mais profundo e verdadeiro por Jesus. Na verdade, não foi algo que aconteceu, mas que vem acontecendo. Quanto mais conheço a Cristo, mais me apaixono por Ele. Não há como estudar a Bíblia com o coração aberto e não ser contagiado por esse amor.

Outra coisa que eu percebo que tem mudado no meu relacionamento com Deus é a obediência a Ele. Antes, ir à igreja, estudar a lição, testemunhar, guardar o sábado, assumir cargos na igreja e cumprir outras "regrinhas" eram pesadas obrigações. Foi estudando a Bíblia que eu descobri que aquela religião que eu seguia não era cristianismo, e sim legalismo. Essa busca da salvação pelas obras só me deixava mais infeliz e frustrada, assim como se sentia Martinho Lutero.

Hoje, se eu faço essas coisas, não é mais por obrigação ou interesse, mas por amor a Deus. "Se vocês me amam, obedecerão aos meus mandamentos" (Jo. 14:15), disse Jesus. Agora, sim, é um prazer ser cristã. Então, se você não tem disposição para fazer essas coisas, não caia no mesmo erro. Busque conhecer a Deus, aprenda a amá-lo. Entregue-se de coração ao estudo da Bíblia e à oração. Você vai ver como será espontâneo obedecer-lhe.

Pense: "Os que se sentem tocados pelo amor de Deus não perguntam quão pouco deverão dar para satisfazer às exigências de Deus; não procuram saber qual a mais baixa norma, mas seu desejo é estar em perfeita harmonia com a vontade de seu Redentor. [...] Alguém dizer que aceita a Cristo sem demonstrar profundo amor não passa de um simples jogo de palavras, formalidade inútil, uma tarefa pesada e desagradável" (Caminho a Cristo, p. 45).

Dica: Avalie seu nível de amor. Pergunte-se: Você é mais amável hoje do que quando conheceu a Cristo? Hoje em dia, você tem mais facilidade de perdoar do que no início da sua caminhada cristã? É mais natural para você aceitar os outros agora do que há alguns anos? Se sim, é um sinal de que você está progredindo espiritualmente. Parabéns! Mas cuide para que esse amor continue crescendo. Se a sua resposta foi não, calma, não se desespere. Comece a orar diariamente sobre isso, peça mais amor, siga as orientações da lição e do comentário de hoje. Você ficará surpreso com a transformação que Deus fará no seu caráter.

Marily Sales dos Reis

Cuidado com a "obesidade espiritual"!

[Comentário da Lição da Escola Sabatina de Jovens de 18/06/07, publicado no site Escola no Ar]

Lembra da última mensagem de Cristo antes de subir ao Céu? "Vão e façam discípulos" (Mt. 28:19), ele disse. Mas o que é um discípulo? Esse era um termo muito usado no mundo grego de antigamente. Você já deve ter estudado ou ouvido falar dos famosos filósofos gregos Aristóteles, Platão e Sócrates. Costuma-se dizer que um era discípulo do outro, ou seja, Aristóteles era aluno de Platão, que por sua vez era aluno de Sócrates. Todos seguiram e passaram para frente a filosofia de seu mestre.

Esse mesmo conceito foi aplicado no Novo Testamento. Basta lembrar dos apóstolos de Cristo, também chamados de discípulos. Da mesma forma, eles não apenas estudaram a filosofia de Cristo, mas a praticaram.

"Sejam praticantes da palavra, e não apenas ouvintes" - é a advertência de Tiago (1:22). Então, discípulo de Cristo ou, em outras palavras, cristão é aquele que não apenas lê a Bíblia, mas quem a pratica, certo? Mas, voltando ao verso inicial, Jesus não diz simplesmente "sejam meus discípulos", mas "façam discípulos". Você está fazendo discípulos? Está se empenhando em levar pessoas a Cristo de alguma forma?

Imagine uma pessoa que come, come, come, mas nunca se exercita. O que vai acontecer? Provavelmente vai ficar obeso, não é? E, mesmo que não tenha tendência para engordar, com certeza terá problemas de saúde.

Agora vamos imaginar essa mesma situação num contexto espiritual. Você é um cristão dedicado, que sempre estuda a Bíblia, conversa com Deus e freqüenta a igreja. Aliás, depois de estudar a lição de ontem, você até chegou à conclusão de que não é mais um bebê na vida espiritual. Ótimo! Você realmente tem se alimentado bem. Mas e o exercício? E o testemunho, as atividades missionárias, o "fazer discípulos"?

Se você e eu estamos nessa situação, se não estamos nos exercitando espiritualmente, estamos correndo um grande perigo - o perigo de "assimilarmos a verdade, não fazer nada com ela, continuar a assimilar mais verdade, assentarmo-nos confortavelmente sobre ela, e prosseguir nesse processo até ficarmos tão inchados espiritualmente que não podemos mais nos mover" (Tony Evans, Discipulado Espiritual Dinâmico, p. 30). É exatamente isso: muitos de nós estamos correndo o risco de nos tornar obesos e doentes espiritualmente!

"O discipulado é um processo de transferência. O ciclo não se fecha até que estejamos ensinando a outra pessoa o que Deus operou em nossas vidas. [...] Devemos nos exercitar, utilizando o que aprendemos para mudar nossa vida, nossas comunidades e ajudar a trazer outras pessoas para a fé. Caso contrário, o que estamos assimilando deixa de nos alimentar. [...] O discipulado mantém a gordura afastada, permitindo que queimemos as calorias espirituais quando colocamos em prática a verdade de Deus" (Ibidem).

Por isso, minha dica de hoje é: MEXA-SE! Nada de ficar "aquecendo banco" de igreja ou fugindo dos apelos ao trabalho missionário! Se a preguiça ou a vergonha continuarem perseguindo-o, lembre-se de que sua saúde espiritual está em jogo e peça a ajuda de Deus. Com certeza, Ele lhe dará a injeção de ânimo que você precisa.

Pense: "Tão logo uma pessoa se aproxima de Cristo, sente o desejo de apresentar aos outros o precioso amigo que encontrou em Jesus. [...] Se estamos envolvidos pela justiça de Cristo e cheios de alegria, que é o resultado de Seu Espírito morar em nós, será impossível ficarmos calados" (Caminho a Cristo, p. 78).

Dica: Escolha um dos métodos evangelísticos a seguir para exercitar sua fé:
* Adote um amigo - Faça amizade com alguém que esteja começando a freqüentar a igreja e o envolva em suas atividades e em seu grupo de amigos.
* Apoio virtual - Envie e-mails com palavras de incentivo e um verso bíblico para alguém que esteja passando por problemas. Cadastre-se como voluntário no site Bíblia Online.
* Evangelismo digitalizado - Empreste ou dê de presente CDs musicais ou DVDs com cursos bíblicos, apresentações musicais ou sermões.
* Ombro amigo - Fique atento para perceber as necessidades das pessoas à sua volta. Se alguém estiver triste, solitário ou doente, ore com ele e inclua-o em sua lista de oração.
* Una o útil ao agradável - Use seus dons para pregar o evangelho. Seja criativo.
* Megaprojetos - Missão Calebe, Impacto Rio, Vamos Abalar.

Marily Sales dos Reis

Leite ou alimento sólido?


[Comentário da Lição da Escola Sabatina de Jovens de 17/06/07, publicado no site Escola no Ar]

Minha experiência é bem semelhante à da autora da lição de hoje (veja meu testemunho no comentário de ontem). Houve uma época em que minha religião era simplesmente uma cópia da religião dos meus pais. Eu era um bebê, espiritualmente falando. Dependia totalmente dos sermões, das atividades da igreja e dos ensinos dos meus pais para me alimentar. Foi quando Deus me fez perceber que estava na hora de deixar a "papinha". Assim como não foi fácil deixar a mamadeira quando eu era criança, não foi fácil aprender a me alimentar sozinha na vida espiritual. Mas foi uma mudança necessária.

Pense agora na sua própria experiência. Você já consegue buscar a Deus por conta própria, sem que seus pais chamem a atenção? Quando você conversa com Deus: apenas na igreja ou também em casa? Qual é sua principal motivação para ir à igreja: encontrar os amigos, satisfazer uma obrigação ou conhecer e amar mais a Deus? Você depende de sermões, músicas, "shows", acampamentos e semanas de oração para sentir a presença de Deus, ou você consegue senti-la no dia-a-dia, independentemente de experiências diferentes e excitantes?

Respondendo a essas perguntas, você já pode ter uma idéia da sua situação espiritual hoje. Se você já está comendo "alimento sólido", ótimo! Agora, se você está na "papinha", atenção! Você pode ou não estar com um problema. Vou explicar...

Imagine um bebê de 9 meses. Você estranharia se ele mamasse ou engatinhasse? Claro que não. E se você visse uma criança de 9 anos mamando e engatinhando? Você pensaria que ela tem algum problema, não é?

Na vida espiritual, é a mesma coisa. Se você é cristão há pouco tempo, é normal que você ainda precise muito da ajuda dos outros para se manter nutrido. Mas se já faz alguns anos que você conhece a Cristo e continua "engatinhando", se ainda depende dos outros para "ficar em pé", para ir à igreja, para buscar a Deus, aí, sim, você está com um problema.

Portanto, o problema não é ser um bebê espiritualmente, mas permanecer assim por muito tempo. A questão é: você está progredindo ou não? Mas vamos deixar para falar mais sobre esse assunto amanhã. Até lá!

Pense: "Consagre-se a Deus pela manhã. Faça disso sua primeira tarefa." (Caminho a Cristo, p. 70).

Dica: Se você ainda não tem o hábito de fazer a "hora tranqüila" (culto pessoal), comece a orar pedindo a ajuda de Deus para praticá-la. Era assim que Jesus conseguia poder para vencer as tentações (veja Mt. 14:23 e Mc. 1:35). Comece com 15 minutos e, aos poucos, vá aumentando o tempo. Se preferir, estude a Bíblia numa linguagem moderna, cante uma música que você goste, faça o ano bíblico juntamente com os livros de Ellen White, enfim torne este momento o mais agradável possível. Você vai ver como seu dia será muito mais produtivo e feliz e como sua sede de Jesus aumentará progressivamente.

Marily Sales dos Reis

Crescendo através da Palavra


[Comentário da Lição da Escola Sabatina de Jovens de 16/06/07, publicado no site Escola no Ar]

1o. de janeiro de 1998. Lembro como se fosse hoje. Lá estava eu, com meu diário aberto, escrevendo meus planos para um novo ano. Na verdade, muito mais do que isso - eram decisões para uma nova vida. A principal delas: recomeçar minha caminhada com Deus.

Sem dúvida nenhuma, aquele dia foi um marco na minha vida. Hoje, ao olhar para trás, vejo que cada um daqueles objetivos foi alcançado – não por mérito meu, mas pelo poder de Deus, que começou a atuar de forma mais intensa na minha vida quando decidi ter um relacionamento mais íntimo com Ele. Tudo que eu tenho e sou hoje é apenas conseqüência desse novo relacionamento com Cristo. (Veja meu testemunho mais detalhado.) E, de todas as bênçãos, a maior de todas, sem dúvida, foi o desenvolvimento de um amor mais profundo e verdadeiro por Jesus.

Como diz o verso-chave desta semana, o alvo do cristão deve ser "a altura espiritual de Cristo". No meu caso, ainda há um caminho muito longo a ser percorrido. Mas, quando penso em como é bom caminhar com Jesus, em quantas mudanças fantásticas Ele já efetuou na minha vida e em quantas pessoas também podem receber essas bênçãos através da minha influência, mal posso esperar pelos próximos degraus dessa escada espiritual!

Você gostaria de ter a experiência de Enoque, de andar com Deus diariamente? Eu gostaria, do fundo do meu coração! Então, que tal nos unirmos nessa caminhada? Estude comigo a lição desta semana e deixe aqui seus comentários. Será muito bom compartilhar nossas experiências. Aguardo você!

Pense: "É amando-O, imitando-O, confiando inteiramente nEle que haveis de ser transformados na Sua semelhança" (Caminho a Cristo, p. 71).

Dica: Confira o blog Contato Imediato. Ele foi criado exatamente para ajudá-lo no seu crescimento espiritual. Inspire-se com os testemunhos de jovens que têm experimentado as bênçãos da comunhão diária com Deus.

Marily Sales dos Reis

quarta-feira, junho 06, 2007

Não tenha medo de ser diferente

Peço licença ao meu amigo Leandro Quadros para usar o mesmo título de um artigo do seu blog (por sinal, muito bom). Quando li esse texto, pensei: que privilégio encontrar alguém autêntico! Na mesma hora, lembrei de outros dois amigos, que considero duas das pessoas mais sinceras e originais que já conheci. Sempre falo para eles que admiro muito essas suas qualidades e, dessa vez, não foi diferente. Fiz questão de enviar um e-mail para os dois dizendo: “É muito bom conviver com pessoas verdadeiras, sinceras, originais e alegres como vocês. A autenticidade de vocês é inspiradora. (PS.: Valeu pelo abraço, me fez muito bem. Hoje amanheci com o pé esquerdo...)”. Nesse dia, eu havia começado o dia meio triste e desanimada por causa de uns problemas, quando, de repente, entraram na minha sala esses dois colegas de trabalho para fazer a “terapia do abraço”. É assim que chamamos a dose diária de abraço que trocamos uns com os outros logo no início do dia. Se você já recebeu um abraço assim caloroso, sabe que é uma verdadeira terapia. “O abraço é milagroso, é medicina realmente muito forte. O abraço como sinal de afetividade, de carinho e de perdão pode nos ajudar a viver mais” (site Portal Verde).

Se tem uma coisa que eu admiro nas pessoas é essa autenticidade. Posso contar nos dedos quantas pessoas realmente autênticas eu conheço. O interessante é que todos procuram amigos sinceros, mas poucos têm coragem de ser. Por quê? Segundo os psicólogos Les e Leslie Parrot, no livro Relacionamentos, “todos nós temos o desejo natural e inato de ser reconhecidos, mas freqüentemente reprimimos a nossa vulnerabilidade porque ficamos com medo”. E assim vamos nos acomodando com a superficialidade e, pior, com a falsidade.

Mas o conselho bíblico é: “não sejam como os hipócritas” (Mateus 6:5). Em outras palavras: não usem máscaras, sejam vocês mesmos, assumam sua verdadeira identidade. Foi essa uma das lições que Jesus, o Mestre dos mestres, veio nos ensinar. Aliás, são deles as palavras citadas acima. Ninguém melhor do que Ele para condenar a hipocrisia. Alguém que vivia cercado de pessoas pobres e simples, mulheres (tão discriminadas na época), leprosos (condenados à clausura) e outros tipos de pessoas consideradas como escória da sociedade. Alguém que não se deixava intimidar pelo que os outros poderiam dizer ou pensar, mesmo correndo o risco de ser rejeitado, desprezado e até mesmo assassinado. Uma autenticidade surpreendente!

Talvez você esteja pensando: “Mas eu não vou correr esse risco de ser rejeitado”, como eu já pensei muitas vezes. Bem, a escolha é sua, mas saiba que, “se usarmos nossas máscaras por muito tempo, poderemos evitar a rejeição e até conquistar admiração, mas nunca nos sentiremos realizados. E isso significa que nunca conheceremos a verdadeira intimidade” (Les e Leslie Parrot). Sabe aquela sensação de liberdade, de alívio, de prazer indescritíveis que sentimos quando abrimos nosso coração a Deus ou quando desabafamos com aquela pessoa especial? É isso que podemos experimentar constantemente se tivermos a coragem de ser nós mesmos em todos os nossos relacionamentos.

Ninguém merece nem precisa viver sob o peso das aparências, seja no casamento, no trabalho ou em qualquer outra situação. O que o mundo precisa é de gente mais simples e transparente, como Jesus e como meus amigos Leandro, Odiléia e Ivacy. Por isso, não tenha medo: seja diferente, seja você mesmo. Você vai se surpreender com os resultados.

Marily Sales dos Reis

sexta-feira, maio 18, 2007

Átomos independentes

Dê uma olhada nas famílias ao seu redor. Seus membros são unidos em amor e empatia? Ou são simplesmente átomos independentes? Os pais conhecem seus filhos? Os filhos se rebelam e rejeitam a autoridade dos pais? Sua família é ocupada demais para ser uma família? O que aconteceu com as famílias, afinal?

É para tentar responder a essa última pergunta e ajudar a encontrar soluções para a situação caótica da família moderna que Jim Hohnberger, criador do Ministério Empowered Living, conta a seguinte alegoria em seu livro Vida Plena de Poder, da Casa Publicadora Brasileira:

Voltemos as páginas da história até cerca de seis décadas, em torno de 1945, perto do fim da Segunda Guerra Mundial. Em meio a um lindo bosque, onde a encosta de uma colina forma um anfiteatro natural, um ser de impressionante beleza está falando para um pequeno grupo de seguidores. Com voz majestosa e porte real, Satanás dirige-se aos demônios-chefes. “Famílias!”, exclama com voz empostada, dando largos passos diante deles. “Eu controlo a maior parte deste mundo, mas não consigo realizar a metade do que quero por causa dessas famílias nojentas! Muito bem, vamos dar um fim nisso!

“Devemos planejar tudo com muito cuidado, pois, desde aquele primeiro casamento no Éden, as famílias têm sobrevivido a guerras, fomes e conflitos políticos sociais. ... É como uma cidadela escorraçada, mas ainda forte o suficiente para proteger seus membros das milhares de facetas de nossa influência. Temos que mudar essa situação! As famílias não poderão ser eliminadas completamente. Por isso, devemos minar sua influência protetora, deixando, todavia, o exterior intacto e aparentemente saudável. Devemos separar os membros da família em tantas partes diferentes que eles lembrem átomos independentes. ...

“... Nesta primeira década, vamos deixar que façam progresso e prosperem. ... Esta geração sobreviveu à Depressão e depois de lutar, venceu a guerra. Agora, todos estão exaustos. Perderam sua juventude, e sua atenção está voltada para a tentativa de viver aquilo que adiaram. ...

“Na segunda década, poderemos ser mais proativos... . Com os avanços nos meios de transporte, será mais fácil viajar. Assim, faremos que viagens para longe de casa sejam, tanto quanto possível, uma parte integrante do trabalho... .

“Em sua pressa para recuperar o tempo perdido, esta geração fará aquilo que seus pais evitaram: dívidas. E dívidas, combinadas com uma economia apertada, dão origem à moderna família com duas fontes de renda. No passado, a necessidade sempre foi o fator motivador para as mães trabalharem, mas as que voltaram a trabalhar hoje são vanguarda de uma nova e poderosa mudança de atitude. Esta é a primeira geração que vai deixar o lar para manter um padrão de vida, em vez da vida propriamente dita.

“E a televisão... controlaremos a televisão. Ah, a princípio ela parecerá muito inocente e simpática. ... o lento processo de destruição será tão avançado que poucos, caso haja alguém, terão noção do que estão vendo. ...

“Na terceira década, começaremos a obter a colheita dos nossos esforços. Os jovens que cresceram sem a severa disciplina de privações pela qual seus pais passaram e que foram criados em uma cultura que dá mais valor à forma religiosa do que à sua substância descartarão os sistemas de crenças de seus pais e buscarão sentido para a vida em padrões de vida suntuosos e no ativismo social. Unidos mais pela insatisfação com o status quo do que por uma visão coerente do futuro, eles abraçarão quase qualquer conceito que seja diametralmente oposto ao sistema de comportamento ‘normal’, o qual perceberam como hipócrita na vida de seus pais. ...

“Pela metade da década, as mulheres vão inundar o mercado de trabalho. As creches vão proliferar. As crianças deixarão a companhia dos pais mais cedo do que nunca antes. ... Além de terem babás humanas, muitas crianças também crescerão diante da televisão... O número de divórcios aumentará. Com a introdução do divórcio por incompatibilidade, o que antes era considerado um vergonhoso fracasso passará a ser uma opção aceitável. Podemos começar a apresentar a idéia de ‘morar junto’ para milhares de pessoas. É lógico que, ao virem a devastação causada pelo divórcio, eles começarão a perguntar-se que diferença faz um pedaço de papel.

“Façam todo o esforço para que nada seja considerado tabu ou fora dos limites. Crimes horrorosos, uso de drogas, imoralidade e até mesmo o homossexualismo poderão ser explorados abertamente na mídia, deixando as mentes insensíveis para futuras incursões ...

“Para coroar a década, tentem os líderes máximos para que quebrem a lei e depois mintam para disfarçar... Isso vai criar uma atmosfera de caos e, em meio à tempestade de controvérsias, o povo verá que os antigos padrões em que baseava sua conduta foram postos de lado, deixando-o à deriva na maré da mudança cultural.

“Vejam que o povo estará tão degradado e desgostoso que entrará na quarta década do nosso plano completamente inconsciente do abismo para onde o estamos levando. A crise desestabilizou os indivíduos, e agora devemos ir devagar ou eles perceberão o perigo que estão correndo e poderão voltar-se para Deus. ...

“Este será o momento de usar a forma humana para seduzi-los ao pecado e à idolatria, exatamente como fizemos com o antigo Israel, só que aceleraremos o programa e daremos mais velocidade ao processo. Todos os programas de televisão, revistas e outdoors estarão saturados com imagens que sugiram pensamentos impuros. Ainda não é preciso que sejam explícitas, pois a maior parte da mídia pode restringir as imagens, mas dá para passar nossa mensagem com atividades imorais subentendidas. ...

“A violência e o crime aumentarão. As pessoas assistirão aos noticiários, os quais estarão saturados da mesma fascinação repugnante agora reservada aos filmes e cheios dos mesmos vergonhosos e destrutivos crimes.

“Ao mesmo tempo em que mantemos os cidadãos cada vez mais estressados e apressados com os encargos da vida, façam com que mantenham o foco no futuro com vãs esperanças de que, quando este ou aquele problema temporário terminar, eles vão reduzir o ritmo e então terão mais tempo. É tudo uma ilusão...

“... Os novos casamentos se tornarão muito comuns ... e essas famílias mistas trarão mais estresse, pois sentirão a pressão econômica de ganhar mais e trabalhar por mais tempo. Por muito que tenham estudado, desejarão ter ido mais longe, passando a pressionar os filhos para tirarem as melhores notas. ... Os jovens serão incentivados a participar de um grande número de atividades fora de casa, e o cenário para a quinta década do nosso plano estará montado.

“Vejam o sucesso que vamos ter! ... Nosso plano não tem nem meio século e já podemos ver uma tremenda adesão da maioria às circunstâncias. As pessoas estão correndo muito para sequer apresentar objeções! Vão adaptar-se ao estresse e até ficar orgulhosas pela capacidade de estar excessivamente ocupadas. ...

“Os casais estarão tão atarefados que se tornarão como navios que passam durante a noite. Sem tempo para desfrutar da verdadeira intimidade, suas necessidades não preenchidas tenderão a levá-los a qualquer outro modo de realização. As crianças, tendo alimento, roupas e incontáveis brinquedos, se sentirão como se fossem pouco mais do que órfãos em seus próprios lares. ...

“Na sexta década, a família, que um dia foi o esteio da sociedade, vai desintegrar-se e, com ela, o fundamento da civilização começa a desmoronar. Ah, a ‘família’ ainda permanece, mas, tal como uma árvore podre em seu interior, com exceção dos antiquados padrões bíblicos, e é exatamente isso que queremos. ... Os poucos que se apegam àquelas crenças antiquadas são vistos como fanáticos desequilibrados, ou simplórios, dignos da pena ou desprezo por parte dos membros mais esclarecidos da sociedade.

“... Esta geração de pais receberá um dos mais desagradáveis alertas que se possa imaginar. Seus filhos começarão a manifestar a mesma hostilidade para com os pais e uns para com os outros que a sociedade manifesta em relação a eles. Mas não se preocupem; eles não vão entender esse alerta ... Eles sequer entendem as causas.

“Vejam ... sem uma bússola moral ... as coisas que antes eram evitadas tornam-se toleradas e até uma moda. Três décadas atrás, os políticos pagavam caro por improbidades públicas. Agora não é mais assim. ... O povo vai tratar um comportamento assim com pouco mais do que um entediado encolher de ombros. Um dos nossos enganos mais eficazes será levá-lo a acreditar que todo mundo faz isso. As pessoas terão caído na armadilha de acreditar que o caráter não tem a menor importância. ...

“O entretenimento chegará a seu ápice oferecendo uma impressionante variedade de opções. ... Com a internet, até mesmo uma ida à locadora de vídeos será desnecessária para conseguir cenas de paixões proibidas. Poderemos, pela primeira vez, corrompê-los até mesmo no trabalho. Qualquer um que tenha acesso a um computador poderá baixar horas de material com conteúdo, digamos, questionável ...

“Na sétima década, a sociedade e o governo, ambos construídos sobre os alicerces da família esfacelada, estarão prestes a ruir. ... Se fizermos bem o nosso trabalho, e sabemos que o faremos, a família, o último refúgio em tempo de dificuldades, estará em ruínas e exerceremos controle absoluto sobre a confusão que restar. Assim, amigos, podemos alcançar a vitória em apenas setenta anos ... .” Com o brandir de sua mão, Satanás encerra seu poderoso discurso ... com ar de triunfo ...


Assustador, não é? Mas, drasticamente, um fiel retrato da nossa sociedade. Felizmente, existem soluções.

Eu, meu marido e outros casais estamos estudando juntos esse livro, com histórias verídicas e dicas preciosíssimas de como melhorar ou mesmo reconstruir o relacionamento familiar. Pelo que já estamos colocando em prática, podemos garantir que, se devidamente aplicados, os conselhos desse livro tornarão sua família um pedacinho do Céu, como sempre foi o plano de Deus. Junte-se a nós!

Marily Sales dos Reis

quarta-feira, março 21, 2007

Abrindo o jogo

Depois de enfrentar uma profunda dor emocional é que pude me conhecer mais e descobrir um obstáculo enorme que havia entre mim e Deus: a desonestidade em relação aos meus sentimentos.

Acredito que ser honesto com o Criador é uma das coisas mais importantes que precisamos desenvolver na nossa relação com Ele. É difícil falar com Jesus no final do dia reconhecendo: “Senhor, hoje fui egoísta e não tratei o meu colega de trabalho como deveria”; “Deus, ajudei a falar mal dos outros”; “Senhor, agora há pouco tive pensamentos de adultério”...

Tente contar ao Senhor os últimos pensamentos pecaminosos que teve poucos minutos atrás e perceba que não é algo tão simples. Temos a tendência natural de fugir daquilo que nos causa dor e desconforto. Tanto que, numa sessão de terapia, quando um bom psicólogo nos ajuda a perceber que TEMOS problemas ou que SOMOS o problema, nos defendemos do “ataque” que foi feito “contra” o EU “fugindo” do tratamento. É por isso que, dependendo da gravidade do problema emocional, a medicação recomendada por um psiquiatra é importante inicialmente para amenizar o desconforto, causado pelos “fantasmas” do passado. Assim, a psicoterapia poderá continuar.

O mesmo acontece em nosso relacionamento com Deus. Jesus é o Psicólogo Supremo e, se não aprendermos a bater de frente com nossos problemas e não encararmos o passado que “nos assombra”, JAMAIS receberemos a cura. Cristo está no Seu consultório particular a nossa espera: “Não andeis ansiosos de coisa alguma; em tudo, porém, sejam conhecidas, diante de Deus, as vossas petições, pela oração e pela súplica, com ações de graças” (Filipenses 4:6).

Por que contar a Jesus aquilo que Ele já sabe?

A partir do momento que somos honestos em relação às nossas emoções e não tentamos mascarar os nossos defeitos, aprendemos a ser honestos com Deus e falamos com Ele daquilo que REALMENTE somos. Falar com Ele sobre os nossos sentimentos, sejam eles bons ou ruins, faz com que nos conheçamos mais e dá a Deus a permissão de atuar no íntimo de nossa mente.

E, quando nos encontramos com Jesus no Seu consultório, vamos sentir desconforto por Ele mostrar o que precisamos mudar para recebermos a CURA emocional e a vitória sobre o pecado.

Mas, assim como um psiquiatra, Ele tem uma medicação que diminui o nosso desconforto, para que voltemos mais vezes à terapia: o Espírito Santo. Romanos 8:26 afirma que Ele ajuda o ser humano a orar, e Judas 1:20 mostra o quanto esse Médico Divino está intimamente ligado àqueles que fazem uma prece. O Espírito de Deus atua na mente, lembrando-nos de que temos muito valor e que Deus nos ama e aceita do jeito que somos (Apocalipse 1:5).

Sentir-se AMADO e aceito (a nossa pessoa e não nossos pecados) por Deus é o que nos motivará a falar mais vezes com Cristo sobre os nossos traumas, para que sejamos curados. “... Porque o amor é o princípio da ação e modifica o caráter, governa os impulsos, controla as paixões, submete inimizades, e eleva e enobrece as afeições” (Ellen White, Mente, Caráter e Personalidade, vol. 1, p. 205).

Precisamos aceitar o fato de que NÃO PODEMOS MUDAR A NÓS MESMOS. Tentar ser uma pessoa melhor sem a ajuda de um Poder Superior fará da vida uma fonte de ansiedade e desgosto. Quando fazemos uso da preceterapia, fazemos um tratamento com o Criador de nossas emoções e estamos reconhecendo que precisamos dEle para ser melhores. Estamos dando-Lhe licença para nos transformar.

Não dedique ao EU mais tempo do que ele merece

Com uma “simples” pergunta em Jeremias 4:14, Deus nos ensina que, apesar de sermos impotentes para lutar contra o EU, há uma parte a desempenharmos em nossa busca pela saúde emocional: gerenciar os pensamentos. “... Até quando hospedarás contigo os teus maus pensamentos?” E não poderia ser diferente, pois todo milagre é o resultado da combinação do poder divino com a atitude humana (parafraseando Ellen G. White. Confira esse princípio em João 9:6, 7).

O autoconhecimento é fundamental para que aprendamos a ser honestos conosco e com Deus e, assim, apresentemos a Ele nossas reais necessidades. Mas lhe dou um conselho: não dirija suas atenções apenas para dentro de si, pois irá se desanimar: “Não é sábio olhar-nos a nós mesmos e estudar nossas emoções. Se assim fazemos, o inimigo apresentará dificuldades e tentações que enfraquecerão a fé e destruirão o ânimo. Estudar atentamente nossas emoções e dar curso aos sentimentos é entreter a dúvida e enredar-nos em perplexidades. Devemos desviar os olhos do próprio eu para Jesus” (Ellen White, Mente, Caráter e Personalidade, vol. 2, p. 760).

Não perca tempo martirizando-se por causa de suas imperfeições. Contemple a perfeição de Jesus que, pela fé, é transferida a você (Zacarias 3). Ame-se sendo honesto consigo e aprenderá a ser honesto também com Deus. O resultado será uma mente serena e equilibrada, fruto de um relacionamento TRANSPARENTE com Ele.

Leandro Quadros, jornalista, consultor bíblico, conselheiro espiritual e apresentador da rede adventista de TV Novo Tempo e mantenedor do blog http://blog.leandroquadros.com/

segunda-feira, fevereiro 05, 2007

A verdadeira fé

Em Romanos 1:17, Paulo diz claramente que "o justo viverá pela fé". Podemos alegar que vivemos pela fé quando estamos diariamente dando lugar à irritação e frustração? Se freqüentemente um marido ou esposa cedem a palavras grosseiras e duras um com o outro, encontraram a fé que salva? "Assim também a fé, se não tiver obras, por si só está morta" (Tiago 2:17). Qual delas possuímos: fé viva ou morta? Essa é uma pergunta que implica conseqüências eternas! Se não tivermos uma fé viva, que atua diariamente, sempre que somos provados e tentados com aborrecimentos que aparecem em nossa rotina diária, ainda não experimentamos a verdadeira vida de um cristão.

Eu era o orador de uma reunião campal e, quinze minutos antes de me dirigir ao púlpito, recebi um telefonema de minha esposa. Quando o telefone tocou na casa em que me hospedava, a dona da casa me disse: "É para você Jim. É sua esposa." Eu estava saindo do meu quarto em direção ao púlpito do salão de reuniões. Fui ensinado a ser sempre pontual. Na verdade, quase ninguém na minha família se atrasa, pois a filosofia dos nossos pais era basicamente a seguinte: "Se você chegar adiantado, foi pontual. Se chegar na hora certa, está atrasado." Ali estava eu. Estivera orando, estudando e meditando na mensagem que Deus queria que eu apresentasse àquelas pessoas. Eu dependia totalmente de Deus e sabia que Ele estaria comigo ao apresentar a mensagem com a qual me impressionara a mente. Eu levaria pelo menos 10 minutos para chegar ao púlpito e não podia me permitir atrasar. Instantaneamente, minha mente foi preenchida com os seguintes pensamentos: "Sally, por que você está me atrapalhando agora? Você sabe que devo pregar dentro de 15 minutos. Por que você não está orando em vez de me atrapalhar? Você não poderia esperar por uma hora mais conveniente? Sally, você não tem consideração pela importância do que estou fazendo!"

Amigo, o verdadeiro cristão — aquele que tem uma fé viva diariamente — escolhe agarrar a mão de Cristo em cada emergência. Isso sempre se resume em uma escolha. Eu escolheria a fé, que atua pelo amor e purifica a alma? Ou escolheria as obras da carne, que se concentram no egoísmo e destroem a alma? Qual dessas duas escolhas você fez quando seu cônjuge o perturbou ou irritou na semana passada? Qual foi sua escolha quando seus filhos não lhe deram ouvidos na semana passada? Sabe, é quando somos colocados em uma situação de emergência que se determina se possuímos ou não uma fé viva e ativa. E emergência é qualquer momento em que abrimos nossa boca.

Travou-se uma terrível luta em minha mente. Deus estava me chamando para entregar-Lhe todos aqueles pensamentos e palavras egocêntricos, e minha natureza carnal dizia: "Brigue com ela. Ela devia saber que essa não é uma boa hora para perturbá-lo!" Deus me dizia: "Minha graça é suficiente. Submeta sua irritação e aborrecimento a Mim". Quando assim fiz, Ele me deu poder sobre meus pensamentos e sentimentos para resistir, renunciar e derrotar o egocentrismo. Então eu disse: "Diga, Sally, como posso ajudá-la?" "Tenho uma pequena emergência em casa e tenho pouco tempo para tomar uma decisão. Tenho medo de tomar a decisão errada. Sei que Deus lhe deu o talento de discernimento rápido e preciso de sua ajuda", ela respondeu. Perguntei qual era o problema, ela me contou, e imediatamente sugeri a solução. Então, Sally disse: "Obrigada, querido, amo você e vou orar pela sua palestra".

Cheguei ao local de reuniões a tempo e fui capaz de transmitir a "água viva" ao povo de Deus e também à minha esposa. Mas fico decepcionado quando me lembro de quantas vezes no passado joguei água salobre sobre minha esposa, embora alegasse possuir água viva. O apóstolo Tiago diz claramente: "Se alguém supõe ser religioso, deixando de refrear a sua língua, antes enganando o próprio coração, a sua religião é vã." (Tiago 1:26).

Amigo, será que o uso de sua língua torna sua religião vã? Durante muitos anos, o uso impróprio de minha língua resultou em uma experiência cristã vã. Embora fosse membro da igreja, defendesse as Escrituras como a única regra para minha vida, fosse zeloso, não havia encontrado aquela dependência absoluta de Cristo, combinada com uma entrega voluntária de meus pensamentos, palavras e atos, que me permitisse viver acima da irritação e frustração. Assim sendo, eu continuava procurando a água viva.

Se você ainda não encontrou esse tipo de fé e experiência em Cristo, lembre-se de que você pode possuí-la. Tudo que se requer da sua parte é uma completa e contínua dependência de Cristo, combinada com uma completa e constante entrega de seus pensamentos, propósitos e vontade. Entregue a Cristo tudo o que você tem e o que você é, para ser usado como Ele achar melhor. À medida que experimenta essa completa consagração e continua nela, você se tornará uma nova criatura em Cristo. Isso é fé verdadeira! Fé que atua pelo amor e purifica a alma.

Jim Hohnberger, autor do livro Vida Plena de Poder (Casa) e mantenedor do site www.empoweredlivingministries.org.

(Clique aqui para ver outro testemunho desse mesmo autor.)

domingo, janeiro 21, 2007

Cadê a minha paz?

Que ironia! Outro dia mesmo estava escrevendo alguns testemunhos pessoais, sobre a alegria e a paz que encontrei em Cristo Jesus, e cá estou eu novamente procurando essa paz, envolta em uma nuvem de problemas... O que aconteceu? – você deve estar se perguntando. Pois é, foi essa mesma pergunta que fiz agora há pouco a Deus. Sabe qual foi a resposta?

"Vinde a mim todos os que estais cansados e sobrecarregados, e eu vos aliviarei. Tomai sobre vós o meu jugo, e aprendei de mim, porque sou manso e humilde de coração; e achareis descanso para as vossas almas" (Mateus 11:28, 29; grifo meu). Essas foram as palavras que me surpreenderam hoje ao ler o livro O Desejado de Todas as Nações.

Ainda sem entender onde Deus estava querendo chegar, continuei lendo: "O jugo que liga ao serviço é a lei de Deus [...] a grande lei do amor. [...] Os que aceitam como único princípio tornar o serviço e a honra de Deus o supremo objetivo, hão de ver desvanecidas as perplexidades, e uma estrada plana diante de seus pés. [...] Quando o nosso querer for absorvido pela vontade de Deus, e nos servirmos de Seus dons para beneficiar os outros, leve nos parecerá o fardo da vida" (p. 329, 330; grifo meu).

Aqui estava a resposta que eu havia pedido a Deus: SERVIÇO! "A menos que o façam, não podem encontrar paz" (p. 330).

No fundo, no fundo, eu já imaginava que era essa a raiz da minha inquietação. Afinal, enquanto eu estava trabalhando ativamente pelos outros há alguns meses, dando aconselhamento, estudos bíblicos e prestando outros tipos de ajuda humanitária, praticamente não havia espaço para desânimo. Muito pelo contrário, a alegria de testemunhar de Cristo, de ajudar os outros e de ver na vida de cada um a transformação operada pelo poder de Deus, compensava qualquer esforço e sacrifício. Assim, depois que comecei a me envolver demais com meu trabalho, com meus próprios sonhos e planos e com meus próprios problemas, e não tive mais tempo nem disposição para cumprir minha principal missão como cristã, o resultado logicamente não poderia ser diferente.

É fácil vivermos dando desculpas para não fazer o famoso "trabalho missionário". Normalmente, somos tão egocêntricos, tão comodistas que achamos que apenas trabalhar, estudar e ir à igreja uma vez por semana já está bom demais. Triste ilusão! "... você clamará ao Senhor, e ele responderá, você gritará por socorro, e ele dirá: Aqui estou. 'Se você eliminar do seu meio o jugo opressor, o dedo acusador e a falsidade do falar; se com renúncia própria você beneficiar os famintos e satisfizer o anseio dos aflitos, então a sua luz despontará nas trevas, e a sua noite será como o meio-dia" (Isaías 58:9, 10; grifo meu). Essa é uma promessa condicional. Deus nos ajudará se também estivermos dispostos a ajudar os outros.

Olhe ao seu redor: veja quantas pessoas deprimidas, solitárias, vazias, desnorteadas. E não precisa ir longe demais. No seu próprio ambiente de trabalho ou estudo, com certeza existem pessoas assim. Por que não orar por elas? Por que não orar com elas? Por que não ouvi-las? Por que não lhes oferecer palavras de incentivo, carinho e conforto? Por que não compartilhar com elas o que tem aprendido com Deus e com sua própria experiência?

Por que será que nos afastamos assim das pessoas? Provalmente porque é o mais fácil. É difícil abrir nosso ouvido, nosso bolso, nossas mãos, nossos braços para ajudar quando isso significa abrir mão de nossa comodidade, nossos planos, nosso tempo. Difícil, mas necessário! Sem isso, não temos paz. Sem isso, não somos cristãos.

Bem, essa é a mudança que Deus me pediu hoje para fazer na minha vida. Será que Ele não está lhe pedindo o mesmo?

Marily Sales dos Reis

quarta-feira, janeiro 03, 2007

Cuidado com as palavras!

Outro dia, após ouvir o desabafo de uma pessoa, cheio de palavras negativas e rancor, fiz alguns comentários demonstrando minha preocupação com tal atitude. A resposta que obtive foi: “Não leva ao pé da letra tudo o que eu digo. Só estou desabafando...”. Pouco depois, aquela conversa acabou. Mas meus pensamentos continuaram: “Até que ponto as ‘besteiras’ que dizemos são 'só da boca pra fora'? Podemos dizer tudo o que pensamos? É justificável sair xingando todo mundo, viver reclamando da vida como forma de desabafo?”

Algumas semanas depois, enquanto estudava Mateus 12:22-37 paralelamente com o livro O Desejado de Todas as Nações, veio a resposta:

“As palavras são um indício do que se acha no coração. ‘A boca fala do que está cheio o coração.’ Mas as palavras são mais que um indício do caráter; têm poder de reagir sobre o caráter. Os homens são influenciados por suas próprias palavras." (Ellen White, O Desejado de Todas as Nações, p. 323).

E não só isso:

"Se externardes vossos sentimentos, toda dúvida que manifestardes não somente terá sua reação sobre vós mesmos, mas será uma semente que germinará e dará fruto na vida dos outros; e talvez se torne impossível destruir a influência de vossas palavras." (Ellen White, Caminho a Cristo, p. 119).

Ou seja, as palavras influenciam tanto o que fala como o que ouve - quer seja para o bem ou para o mal! Foi por isso que Jesus fez questão de enfatizar: "... no dia do juízo, os homens haverão de dar conta de toda palavra inútil que tiverem falado. Pois por suas palavras vocês serão absolvidos, e por suas palavras serão condenados." (Mateus 12:36, 37).

Forte, não? Creio que, se tivermos isso sempre em mente, dificilmente sairemos por aí explodindo, lamentando-nos, criticando ou cultivando qualquer tipo de sentimentos, pensamentos ou palavras negativas. Pelo contrário, procuraremos seguir o conselho bíblico: "Nenhuma palavra torpe saia da boca de vocês, mas apenas a que for útil para edificar os outros, conforme a necessidade, para que conceda graça aos que a ouvem." (Efésios 4:29).

Marily Sales dos Reis