domingo, outubro 29, 2006

"Não tenho tempo..."

"Muitos que alcançam o sucesso social, intelectual e financeiro não alcançam o sucesso em ter qualidade de vida. Eles têm tempo para todos, mas não para o que lhes dá prazer e para as pessoas que amam. Perdem sua singeleza à medida que se atolam nas atividades. Mendigam o pão da alegria". Essa realidade, descrita por Cury, no livro 12 Semanas para Mudar uma Vida, p. 65, retrata muito bem a sociedade materialista em que vivemos.

Como típica paulistana, essa também sempre foi minha tendência. Vivia diariamente num ritmo frenético, fazendo cursos e mais cursos, trabalhando, enchendo-me de atividades, até que senti na pele (ou mais especificamente no estômago) os resultados de minha intemperança. Com uma esofagite diagnosticada, como conseqüência do estresse, de repente me vi obrigada a mudar urgentemente meu estilo de vida - ou eu dava um jeito nele ou ele dava um jeito em mim. Preferi optar pela primeira opção antes que fosse tarde demais. É claro que não foi fácil abrir mão de certas coisas, como meu curso de pós-graduação em tradução na USP e outras atividades que me pareciam essenciais naquele momento. Mas, sem dúvida nenhuma, foi a melhor escolha.

Hoje, apesar de estar longe da loucura de São Paulo, ainda sou muitas vezes tentada a retomar a rotina agitada de antes. Como é fácil não ter tempo para nada – para o descanso, para os amigos, para a família e, principalmente, para Deus... Quando me dou conta, minha vida está uma bagunça e, mais uma vez, sou obrigada a parar, respirar fundo, refletir e reorganizar minhas prioridades. Você já viu essa história antes?

É nessas horas que lembro de Jesus – uma celebridade, que vivia cercada de multidões, mas sempre tinha tempo para o que havia de mais importante na vida. Mesmo após se tornar “um homem púbico, uma estrela social”, o Mestre dos Mestres conseguiu preservar a simplicidade e a sensibilidade. Nada lhe passava desapercebido – os lírios do campo, as criancinhas, os pássaros, enfim, tudo que havia de mais belo na natureza física e na natureza humana era alvo de Sua contemplação. Contemplar o belo – essa era a sua especialidade. E o mais incrível: “Pelas dificuldades da vida e pelos estímulos estressantes que atravessou, era de se esperar que desenvolvesse uma personalidade ansiosa, irritada, intolerante. Mas quando abriu a boca ao mundo, nunca se viu alguém tão dócil e sereno” (Ibidem, p. 63).

Não seria maravilhoso ser como Jesus? Conseguir contemplar a beleza das coisas mais simples, ter tempo para dar amor e atenção para as pessoas à sua volta, ser dono de si mesmo em grandes focos de tensão, sentir e transmitir paz apesar das situações estressantes do dia-a-dia? Você gostaria de ter essa qualidade de vida? Então preste atenção no segredo de Jesus:

“Sua felicidade encontrava-se nas horas em que estava a sós com Deus e a Natureza. Sempre que Lhe era concedido esse privilégio, afastava-Se do cenário de Seus labores, e ia para o campo, a meditar nos verdes vales, a entreter comunhão com Deus na encosta da montanha ou entre as árvores da floresta. O alvorecer freqüentemente O encontrava em qualquer lugar retirado, meditando, examinando as Escrituras, ou em oração” (Ellen White, O Desejado de Todas as Nações, p. 62). (Veja também Mateus 14:23).

Parece mágica, mas, quando temos tempo para Deus, tudo muda. Nosso tempo se organiza e até se multiplica. Passamos a ter mais tempo para amar, observar, refletir, descansar. O dia é mais produtivo. Sentimo-nos mais alegres, tranqüilos e capazes de lidar com os problemas. É fantástico! Só mesmo experimentando para entender...

E, por falar nisso, você já fez sua “hora tranqüila” hoje?

Marily Sales dos Reis

quinta-feira, outubro 19, 2006

O que o relacionamento íntimo com Deus pode fazer por você

Fizemos uma pesquisa para a revista Conexão Jovem, para descobrir como está o relacionamento dos jovens com Deus. Estes são alguns dos testemunhos que recebemos. Para conferir os depoimentos na íntegra, clique aqui.

“É prazerosa a sensação de saber que Deus terá o controle do nosso dia. Algumas vezes, acordo triste por causa de algum problema, mas, ao ler os versos da Bíblia, me animo para começar um novo dia.” (Lara de Jesus Lima, 20 anos, Goiânia - GO)

“Sempre fui muito ansioso e, depois que comecei [a hora tranqüila], minha ansiedade diminuiu drasticamente. Além disso, saber que Deus nos ama mais do que tudo e ter um relacionamento com Ele nos dá uma força incrível, para suportar momentos de tristeza, solidão e dor. Também é significativa a força que se adquire contra a tentação, a mudança de hábitos nocivos etc. É bom lembrar que tive bênçãos materiais, como a aprovação em concurso, emprego novo etc.” (Bruno Flavio Carmo Lopes, 21 anos, Brasília - DF)

“As bênçãos são incontáveis! Muitas vezes, tive respostas incríveis às minhas orações, respostas instantâneas a orações intercessórias. Outras vezes, lembrei de textos bíblicos na hora em que precisei testemunhar. Isso também dá forças para vencer muitas tentações, paz de espírito e razão para viver! (Denise Martins Machado, 24 anos, São Paulo – SP)

“Não basta ir todo final de semana à igreja. O inimigo tem trabalhado muito contra nós, tomando o nosso tempo e sempre apresentando novas teorias e mentiras, que têm confundido muito as pessoas que não estão sempre revisando as Escrituras em busca da verdade.” (gdalpiva@yahoo.com.br, 25 anos, Lages – SC)

quarta-feira, outubro 18, 2006

Seja um discípulo de verdade!

Acabo de ler a história da mulher samaritana na Bíblia e no livro O Desejado de Todas as Nações, e não pude me conter com tantas coisas maravilhosas. Na verdade, são várias as lições que aprendi, mas quero falar apenas sobre uma: cristianismo prático.

Há alguns anos, algo começou a me incomodar. Estudava diariamente a Bíblia, ia à igreja regularmente e estava sempre envolvida nas atividades da igreja, inclusive em cargos de certa responsabilidade. Mas não me sentia feliz. Na verdade, os cargos, a leitura da Bíblia e todas as responsabilidades cristãs eram um grande fardo para mim. Era triste admitir, mas era essa a realidade. Eu não tinha coragem de verbalizar meus sentimentos para ninguém, mas lá dentro, no meu íntimo, sentia um grande vazio que nada conseguia preencher. Quando ouvia aqueles lindos testemunhos de conversão, sentia um aperto no coração, porque o que eu mais queria era ter algo assim, significativo, para contar.

Comecei então a me questionar: Onde estava o problema? Por que, mesmo fazendo tudo “direitinho”, continuava me sentindo assim? Por que não tinha prazer nas coisas de Deus? Por que não tinha coragem nem vontade de falar dEle para os outros? Será que, sendo adventista “de berço”, eu poderia ter algum testemunho importante para contar? Como eu poderia testemunhar se minha religião era monótona e sem vida? Como poderia falar do poder de Deus se eu não o sentia na minha vida? Que tipo de cristã era eu, afinal?

Hoje entendo que “aquilo” que me incomodava era o Espírito Santo, tentando me fazer enxergar minha triste condição. Graças a Deus, percebi a tempo a religião insignificante que eu estava vivendo. Percebi que não podia simplesmente viver a religião dos meus pais ou dos meus irmãos da igreja. Precisava urgentemente ter minha própria experiência com Deus, minhas próprias convicções. Foi então que comecei a fazer diariamente minha "hora tranqüila", manter meu "contato imediato" com Deus, ou seja, meu culto pessoal. Não como antes, de forma legalista e automática, apenas para cumprir um requisito. Mas com fervor, espontaneamente e para conhecer realmente a Deus.

Foi assim que aquela religião comum e insignificante se transformou num cristianismo real e vibrante. Hoje entendo que antes eu não podia testemunhar com eficácia porque, primeiro, eu precisava ter um encontro de verdade com Jesus. Afinal, não podemos dar o que não temos. Por isso, agora posso dizer que entendo perfeitamente a atitude daquela mulher samaritana. Segundo a Bíblia, o encontro que ela teve com Jesus foi tão marcante que ela não pôde se conter. Tal foi a pressa para contar sua experiência para os amigos que ela até esqueceu o jarro de água. Isso que é entusiasmo, isso que é testemunho, isso que é cristianismo prático! Resultado: “Muitos samaritanos daquela cidade creram nele [em Jesus], em virtude do testemunho da mulher” (João 4:39). Que testemunho poderoso!

Existe uma frase de Ellen White, uma escritora inspirada por Deus, que mexe muito comigo: “Todo verdadeiro discípulo nasce no reino de Deus como missionário” (O Desejado de Todas as Nações, pág. 195). Aí está uma dica para descobrirmos se somos realmente verdadeiros discípulos ou não: disposição para testemunhar de Jesus.

Amigo, se a sua história se parece com a minha, cuidado! Não se acomode! Não deixe que o “tempo de igreja” acabe com sua vibração, com sua alegria, com seu fervor! Não se deixe levar pela letargia que está invadindo a igreja! Não seja um cristão apático! Nasça de novo! Beba da Água da Vida! Tenha um encontro com Jesus – e não apenas um, mas vários, diariamente, sempre! Enfim, seja um discípulo de verdade! Só assim você poderá cumprir a missão que Deus lhe confiou: “Ide, portanto, fazei discípulos de todas as nações, batizando-os em nome do Pai e do Filho e do Espírito Santo; ensinando-os a guardar todas as coisas que vos tenho ordenado” (Mateus 28:19, 20). Que Deus o ajude!

Marily Sales dos Reis

(Texto publicado na Revista Adventista de fevereiro de 2007)