quinta-feira, setembro 25, 2008

Mais bênçãos

Tem sido comum o cristão clamar por bênçãos. Afinal, Deus as prometeu.

Aliás, bênçãos é um tema que conquista qualquer auditório. Pois assim somos nós, cristãos: clamamos o tempo inteiro, queremos mais do trono de Deus, queremos ser abençoados em tudo, queremos mais e mais e mais...

Errado? Claro que não. O filho tem que buscar o Pai, clamando por suas promessas.

Mas cristianismo não é só isso. É mais. Nós não somos um bando de filhotes de pássaros, que ficam amontoados em seus ninhos, piando à espera do alimento. Somos mais que isso.

Se você, hoje, está pedindo uma benção, está clamando um milagre à Deus, permita-me propor uma questão: Você já deu tudo o que tem para o Senhor?

Quer um carro novo. Mas já depositou o atual aos pés de Jesus? Quer um rendimento melhor. Mas o salário até agora recebido tem sido utilizado em honra a Deus? Quer mais saúde. Mas sua vida tem sido usada para a causa de Deus? Quer mais dons. Mas o dom que possui está sendo usado em louvor a Deus?

“Tenho uma surpresa para vocês”, eu disse para meus pequenos filhos antes do almoço. Obviamente, eles alvoroçaram. Então, falei que só ganhariam a tal surpresa depois do almoço. Foi uma das refeições mais tumultuadas da minha vida.

“Eu não quero almoçar”, disse a Lívia, de chofre. “Eu também não”, embarcou na onda o mais novo (Kalel).

Sem chance. Teriam que comer primeiro. “Terminei”, dizia um a cada dois minutos. “Já enchi”, falava o outro, ainda mais rápido.

“Não vai ter surpresa pra ninguém”, esbravejei, perdendo a paciência diante de uma cena que eu mesmo orquestrei.

Eles tinham uma lauta refeição diante deles, mas queriam mais. Não tinham nem aproveitado o que estava em suas mãos e já clamavam pela minha promessa de surpresa.

Respirei, olhei fixamente para eles e pedi: “Almocem, por favor. Se vocês não almoçarem, não vou poder cumprir com minha promessa, pois a surpresa é para aqueles que comerem direitinho.”

Eles acalmaram (os “terminei” e “já enchi” passaram a ter um intervalo um pouco maior).

Depois de comerem (e lavarem boca e mãos), ganharam a prometida surpresa (aquele ovo de chocolate com brinquedo dentro – ou, melhor dizendo, aquele brinquedo coberto com um ovo de chocolate).

Pode acreditar, eu queria dar a “surpresa” tão logo cheguei em casa. Mas, se eu fizesse isso, ninguém almoçaria do verdadeiro alimento.

Refletindo sobre o assunto, lembrei-me da “mulher pecadora” (Lucas 7:37 em diante), que comprou um vidro caríssimo de unguento e o depositou aos pés de Jesus. Ela não pediu nada. Deu tudo o que tinha e derramou todo o perfume aos pés do Mestre. Depois disso, enxugou-os com seus cabelos.

O que ela estava pedindo naquele momento? Nada. O que ela queria? Uma coisa bem simples: estar perto do Mestre.

Querer bênçãos sem se dispor a estar perto de Jesus é inútil. Querer ser abençoado sem depositar tudo o que temos, sem nos alimentarmos do verdadeiro alimento, é uma ilusão.

Quanto mais nos dedicamos, quanto mais nos embrenhamos na obra de Deus, quanto mais damos de nós para Deus, mais somos abençoados.

Os mesquinhos, aqueles que guardam apenas para si o sucesso, a saúde e os bens que possuem, não podem alcançar bênçãos vindas, verdadeiramente, do trono de Deus.

Atualmente, só consigo ver uma maneira de receber mais: dar mais, pois Deus promete algo chamado RESTITUIÇÃO. E Ele só pode restituir aquilo que depositarmos aos Seus pés.

Eu gostaria de convidá-lo para, junto de mim, depositar tudo o que temos aos pés de Jesus e orarmos: Eis-me aqui, Senhor. Tudo o que sou, tudo o que tenho agora é Teu. Usa-me da forma mais intensa possível, pois sou Teu. Meus bens, meus dons, minha família e tudo o que tenho coloco no Teu altar, para servir a Ti. Estou aos Teus pés e aqui quero estar para sempre. Abençoa-me à medida que demonstro estar crescendo, pois, sendo fiel com o pouco que tenho, pretendo ser com as muitas bênçãos que virão. É minha oração, em nome de Jesus, amém.

Quando Jesus ressuscitou, aquela “mulher pecadora” foi a primeira que o viu. Não foi por acaso. Foi em virtude de ela ter entregado tudo ao Mestre.

Quando Jesus voltar, os que se entregaram por completo estarão entre os primeiros a abraçá-lo.

(Denis Cruz, mantenedor do blog IASD Mundo Novo e autor do livro Além da Magia.)

2 comentários:

Denis Cruz disse...

Obrigado pela publicação. :D

Anônimo disse...

gostei muito..

um abraço,

rosely.